A descoberta tem implicações diretas na indústria farmacêutica e abre caminho para a elaboração de novas moléculas de alto valor terapêutico. Segundo Ferrer, uma das enzimas descobertas a 3.550 metros de profundidade no Mediterrâneo é capaz de separar de forma eficaz os enantiômeros, tipos de compostos utilizados na maioria dos remédios. Estas substâncias, conhecidas por suas capacidades antiinflamatórias e antitumorais, têm idêntica fórmula molecular, mas não as mesmas propriedades. Por isso o uso de mais de uma delas em um só remédio causa efeitos colaterais. Uma destas duas enzimas é capaz de separar eficazmente os enantiômeros R e S, pertencentes ao grupo dos álcoois primários solketal.
Neste caso, apenas o enantiômero R tem atividade biológica nos tratamentos contra a aids. Por isso é necessário separá-lo do tipo S, o que até agora só se havia sido obtido por meios químicos e de forma muito complicada, segundo Ferrer. Junto com essas duas enzimas, os pesquisadores encontraram outras três de interesse científico em uma fossa formada há aproximadamente seis milhões de anos, caracterizada por uma elevada concentração de sal e enxofre e pela ausência de oxigênio e luz. A peculiaridade das duas enzimas é fruto de um processo de isolamento e adaptação no ambiente marítimo de mais de 176 mil anos, um período em que ambas desenvolveram novas estruturas e capacidades para minimizar custos energéticos e maximizar as fontes de carbono assimiláveis em um ambiente inóspito
Fonte: notícias portal terra.
Cássia Regina
Nenhum comentário:
Postar um comentário